Lula reacomoda petista na Esplanada para oferecer Comunicações a partido de centro

Por V. Azevedo, C. Seabra, J. Chaib, B. Boghossian e T. Oliveira | Folhapress

Foto: Ricardo Stuckert

Em meio aos arranjos finais para a composição do governo, o presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), decidiu convidar o deputado federal Paulo Teixeira (PT-SP) para assumir o Ministério do Desenvolvimento Agrário. Teixeira estava originalmente cotado para o Ministério das Comunicações.
Segundo Lula relatou em conversas na quarta-feira (28), a ideia é abrir espaço para que a pasta das Comunicações venha a ser usada em negociações partidárias e seja oferecida ao PSD ou à União Brasil. Também está colocado sobre a mesa a essas siglas o Ministério da Pesca.
O PSD reivindica a pasta das Comunicações para o deputado federal André de Paula (PSD-PE).
A dança das cadeiras se deu em decorrência de impasses internos e vetos a nomes que estavam cotados para a equipe ministerial.
André de Paula, por exemplo, entra na cota do PSD da Câmara dos Deputados. O nome indicado pelo partido era o do deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ). Pelo acerto original, ele assumiria o Ministério do Turismo. Ele tem o apoio do prefeito do Rio, Eduardo Paes.
Mas seu nome foi rejeitado devido ao processo que respondeu por agressão à ex-mulher. O veto é atribuído à futura primeira-dama, a socióloga Rosângela da Silva, a Janja.
Por essa configuração, o PSD deve ocupar três ministérios: Agricultura, com o senador Carlos Fávaro (PSD-MT); Minas e Energia, com o senador em fim de mandato Alexandre Silveira (PSD-MG), e um terceiro (Comunicações ou Pesca) com André de Paula.
Já o MDB teve o cenário esclarecido na Esplanada nesta quarta. Em reunião com Lula, dirigentes emedebistas indicaram o nome do senador Renan Filho (MDB-AL) para o Ministério dos Transportes e o de Jader Barbalho Filho (MDB-PA) para o Ministério das Cidades. Além deles, Simone Tebet (MDB-MS) deve ser ministra do Planejamento.
Em outra frente, entraves internos emperram as definições da União Brasil. O presidente do partido, Luciano Bivar (PE), espera ser convidado para uma reunião com Lula entre esta quarta e quinta para bater o martelo sobre os espaços que o partido terá no governo.
Dirigentes petistas dizem que eles ficarão com Turismo e Integração Nacional, além de uma terceira pasta —provavelmente Pesca.
O principal impasse na União Brasil diz respeito à Câmara. Nome inicialmente indicado para comandar a Integração Nacional, Elmar Nascimento (União Brasil-BA) sofre resistências e não deve mais ficar à frente da pasta.
Uma parte dos petistas quer que ele fique com o Turismo, que tem menos visibilidade no Nordeste. O deputado, porém, rechaçou essa opção e deflagrou nova crise interna. Elmar é próximo do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e rifá-lo do ministério pode trazer consequências para Lula.
Sem Elmar, a Integração Nacional poderia ficar com a indicação feita pelo senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que pode ser o atual governador do Amapá, Waldez Góes (PDT), ou a senadora eleita Professora Dorinha (União Brasil-TO). Góes pode mudar de partido para assumir o posto. Já Dorinha tem a preferência do partido.
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