Nos últimos anos, o marketing de influência deixou de ser uma novidade para se tornar uma das estratégias mais poderosas do mundo digital. Marcas de todos os segmentos recorrem a criadores de conteúdo para alcançar públicos específicos e conquistar engajamento real. Porém, uma nova tendência vem chamando atenção: os avatares virtuais, também chamados de influenciadores digitais sintéticos. Eles não são pessoas de carne e osso, mas sim personagens criados com tecnologia 3D, inteligência artificial e storytelling cuidadosamente planejado. Essa transformação levanta uma questão central: afinal, quem engaja mais, os influenciadores humanos ou os virtuais?
O poder da conexão humana
Os influenciadores tradicionais têm como principal trunfo a autenticidade. Mesmo que muitas vezes mostrem apenas recortes de suas vidas, eles transmitem emoções reais, interagem com seguidores de maneira espontânea e compartilham vulnerabilidades. Essa identificação gera confiança, e a confiança é um dos pilares do engajamento. Estudos recentes mostram que seguidores tendem a acreditar mais em recomendações feitas por pessoas reais, especialmente quando essas pessoas constroem narrativas de vida parecidas com a de seus públicos. A empatia, a naturalidade e o carisma humano ainda são difíceis de serem totalmente replicados por avatares digitais.
A ascensão dos avatares virtuais
Por outro lado, os influenciadores virtuais ganham espaço por sua versatilidade e pelo controle absoluto que oferecem às marcas. Diferente de uma pessoa real, um avatar não envelhece, não se envolve em polêmicas fora do roteiro e pode ser moldado de acordo com as demandas do mercado. Além disso, eles transitam em universos ilimitados: podem aparecer em um comercial no Japão pela manhã e em uma campanha brasileira à tarde, sem barreiras de idioma ou presença física. O apelo futurista também chama atenção, especialmente entre públicos jovens acostumados com metaverso, jogos online e inteligência artificial.
Dados de engajamento e percepção do público
Pesquisas indicam que, em termos de números brutos, influenciadores humanos ainda dominam em taxas de interação, justamente pela autenticidade percebida. No entanto, avatares virtuais têm apresentado crescimento acelerado em engajamento, principalmente em nichos ligados a moda, tecnologia e cultura pop. A audiência muitas vezes segue esses personagens pela curiosidade e pelo aspecto inovador, o que garante altos níveis de compartilhamento e viralização. Ainda assim, alguns seguidores manifestam certo desconforto em consumir conteúdos que não têm “alma”, o que mostra que a aceitação não é uniforme.
Marcas entre dois mundos
Do ponto de vista das empresas, a escolha entre humano e avatar depende do objetivo da campanha. Quando a intenção é criar vínculo emocional profundo e gerar confiança em longo prazo, os influenciadores humanos costumam ser mais eficazes. Já quando a marca deseja ousar, explorar inovação e ter controle criativo absoluto, os avatares virtuais oferecem vantagens únicas. Há ainda estratégias híbridas, em que empresas combinam os dois modelos para ampliar o alcance e conquistar diferentes perfis de consumidores.
O futuro do engajamento
A tendência aponta para uma coexistência. Avatares virtuais continuarão crescendo, principalmente com o avanço da inteligência artificial, que permitirá diálogos cada vez mais personalizados e realistas. Mas dificilmente substituirão o carisma humano por completo. O futuro parece ser de complementaridade: marcas que souberem equilibrar a emoção do contato humano com a inovação tecnológica dos avatares poderão se destacar em um cenário competitivo onde o engajamento é a moeda mais valiosa. Baixar video Instagram
Em resumo, não existe uma resposta definitiva para quem engaja mais. O que existe são públicos com diferentes expectativas e marcas que precisam compreender essas nuances. O verdadeiro segredo está em entender que tanto os influenciadores humanos quanto os virtuais podem ser ferramentas poderosas, desde que usados no contexto certo e com estratégias alinhadas à identidade da marca.
