Lula anuncia proposta de tarifa a países ricos contra mudanças climáticas na COP30

_Em entrevista, presidente defende justiça ambiental, educação ambiental nas escolas e controle da exploração mineral no Brasil_

Fernando Frazão/Agência Brasil

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na terça-feira (12) que o Brasil proporá, durante a COP30, marcada para novembro em Belém (PA), a criação de uma tarifa para que países ricos contribuam financeiramente no combate às mudanças climáticas.
Em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, da Band News, Lula destacou que a conferência será “a COP da verdade” e que os países desenvolvidos têm uma dívida anual superior a US$ 1,3 trilhão devido aos impactos ambientais causados. Ele também pretende ouvir os chefes de Estado sobre a percepção deles a respeito do aquecimento global.
“Se eles acham que há um problema de aquecimento global ou não. A nossa responsabilidade é de não permitir que haja um aquecimento. Na verdade, já está em curso”, afirmou o presidente.
Lula anunciou ainda a inclusão da educação ambiental no currículo escolar, ressaltando a importância de ensinar crianças sobre coleta seletiva para que possam repassar esse conhecimento às famílias.
O presidente exemplificou os efeitos das mudanças climáticas com fenômenos como neve na Arábia Saudita e chuvas em desertos, atribuídos à “irresponsabilidade humana”.
Sobre a exploração mineral, Lula afirmou que criará um conselho subordinado à Presidência da República para discutir o tema. Ele defendeu que a extração de minérios no Brasil deve resultar em produção industrial dentro do país, criticando o atual modelo de exportação do minério de ferro para compra posterior de produtos industrializados.
“Se o presidente americano quer discutir, isso se discute numa mesa de negociação, Isso não se discute com taxação”, ponderou.
Lula também destacou que as potências estrangeiras desconhecem a realidade dos 30 milhões de habitantes que vivem na Amazônia. O presidente reafirmou o compromisso do governo com a redução do desmatamento na região, que já caiu 50%, e garantiu a meta de atingir o desmatamento zero até 2030.
“Temos a maior floresta tropical do planeta e queremos cuidar dela, assim como da água, do Pantanal, da Caatinga e do Cerrado”, afirmou, ressaltando que a preservação ambiental assegura a qualidade de vida de pescadores, seringueiros, extrativistas, trabalhadores rurais e indígenas que dependem da floresta para sobreviver.
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