Saúde de Ilhéus: desfazendo narrativas e informando a realidade

É inegável que a saúde pública é um tema sensível e crucial para o bem-estar de nossas comunidades. No entanto, ao discutirmos essa questão, é imperativo termos responsabilidade, principalmente quando tentamos politizar o assunto.
Recentemente, a secretária de Saúde de Una, município amigo e vizinho, acabou colocando Ilhéus como a grande vilã pela situação de superlotação do Hospital Regional Costa do Cacau e, no calor da emoção, acabou usando de desinformações em sua argumentação, além de simplificar muito a realidade.
Ao alegar que Ilhéus monopolizaria a estrutura do HRCC, a secretária ignorou ou não levou em conta a proporcionalidade, ignorando assim que o município tem quase dez vezes a população unense. Por curiosidade, de acordo com o censo de 2022, só o bairro Teotônio Vilela tem praticamente o número de habitantes do município vizinho. Conquista e Nossa Senhora da Vitória também são bairros que se aproximam em número de moradores, deste e superam muitos outros municípios da região, além de outros bairros ilheenses que se aproximam dos 10 mil habitantes.
Essa diferença – Ilhéus com 178.703 habitantes e Una com 18.131 (censo de 2022) – já deveria ser levado em conta ao avaliar as demandas de saúde. É fundamental reconhecer que a distribuição de recursos e a capacidade de atendimento não podem ser igualadas entre municípios de diferentes magnitudes populacionais.
Sobre a atenção básica, Ilhéus pode sim respirar um pouco mais tranquila, pois é uma cidade com política de saúde e, principalmente, de saúde preventiva. Não é de hoje que a nossa população recebe atendimento nas unidades de saúde, mas também, os médicos e toda a equipe, vão até seus pacientes, na zona rural, nos distritos mais distantes, as equipes de saúde chegam, com esse trabalho de prevenção e atenção básica – cartões de vacinação completos, controle de pressão arterial e da glicemia, programas de fila zero para atendimentos odontológicos de gestantes, médicos especialistas, marcação de exames, campanhas de conscientização, tudo para garantir uma população mais saudável.
Outra coisa que precisamos levar em conta, é que até pouco tempo, a saúde ilheense não era notificada e hoje, de acordo com o Indicadores Previne Brasil, ao comparar com o único município de mesma estrutura de nossa região, Itabuna, temos números bem melhores. Um bom exemplo que soma para esta melhora é como as unidades básicas atuam. Inclusive a UBS Mário Alves, que está no complexo de saúde junto com HRCC e da Policlínica Regional e, em apenas dois meses, já atenderam mais de 6 mil pacientes.
Além disso, é necessário esclarecer que Ilhéus não está fora do SUREM (Sistema de Regulação de Urgência e Emergência) não. Temos o sistema implantado e é através dele que o direcionamento de pacientes é realizado. Para conseguirmos o que a secretária sugere, Ilhéus precisaria de um hospital municipal, que não conseguiria atender as demandas da região. Então, essa insinuação da comandante da saúde de Una é desinformação pura.
Não se trata aqui de desacreditar as declarações da secretária, mas sim de trazer à luz a verdadeira situação. Devemos reconhecer os esforços de todos os municípios envolvidos na busca por soluções em saúde pública, em vez de permitir que divergências políticas obscureçam o quadro real.
A saúde é um direito fundamental, e todos os esforços devem convergir para garantir um sistema eficiente e acessível a todos. Ilhéus acolhe e continuará acolhendo todos aqueles que necessitam de assistência, não apenas dentro das fronteiras do município, mas também em toda a região.
Neste momento crítico, em que o Hospital Regional Costa do Cacau enfrenta desafios significativos, é hora de os líderes municipais se unirem em prol de uma solução coletiva. Politizar a situação e propagar informações distorcidas só serve para minar os esforços necessários para superar esses obstáculos.
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