Governo Lula quer eliminar transmissão de HIV de mãe para filho e doenças ligadas à pobreza

Por Raquel Lopes | Folhapress

Foto: Antônio Cruz/ Agência Brasil

O Ministério da Saúde lançou, nesta terça-feira (6), um grupo que vai propor estratégias para a eliminação da transmissão vertical do HIV, o vírus é passado de mãe para filho, e de outras doenças relacionadas à pobreza.
A meta do Cieds (Comitê Interministerial para Eliminação da Tuberculose e Outras Doenças Determinadas Socialmente) é que a maioria dos problemas seja eliminada até 2030. Fazem parte da lista doença de Chagas, malária, hepatites virais, tracoma, filariose, esquistossomose, oncorcercose e geo-helmintíases.
A Folha de S.Paulo já havia adiantado em janeiro a intenção da pasta de eliminar ao menos seis doenças relacionadas às condições de pobreza, saúde precária e exclusão social.
A malária, por exemplo, representa um grande problema de saúde pública no país, com 99% dos casos concentrados na região amazônica e com incidência maior nas populações de maior vulnerabilidade social. Nesta terça, a pasta incorporou a tafenoquina, medicamento de dose única usado para combater a malária por Plasmodium vivax, tipo mais comum de doença no Brasil.
Para HIV, sífilis e hepatite B, a meta é eliminar a transmissão vertical, ou seja, quando a doença é passada de mãe para filho. Já nos casos de tuberculose e hanseníase, o objetivo é atingir as metas operacionais de redução e controle propostas pela OMS (Organização Mundial de Saúde) até 2030.
Na tuberculose a meta é reduzir a incidência para menos de 10 casos por 100 mil habitantes e as mortes para menos de 230 por ano. Em 2022, cerca de 78 mil pessoas adoeceram por tuberculose no Brasil -um aumento de 4,9% em relação à 2021.
A meta do Ministério da Saúde é alcançar as populações prioritárias e mais vulneráveis para essas doenças, como pessoas em situação de rua, pessoas privadas de liberdade, pessoas vivendo com HIV/AIDS, imigrantes e comunidades indígenas.
Fazem parte do Cieds o Ministério da Saúde, da Ciência, Tecnologia e Inovação, do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, dos Direitos Humanos e da Cidadania, da Educação, da Igualdade Racial, da Integração e do Desenvolvimento Regional, da Justiça e Segurança Pública e dos Povos Indígenas.
"Não é possível pensar o Ministério da Saúde sem abrir essa grande angular, para que nela possa caber um país com tantas desigualdades, mas também com tantas potências, como é o Brasil", disse a ministra da Saúde, Nísia Trindade.
Por isso estamos todos juntos aqui hoje. Essa agenda significa a possibilidade de eliminar doenças como problema de saúde pública, algumas, inclusive, históricas. Esse comitê busca reduzir as desigualdades, para que tenhamos, efetivamente, saúde para todos", completou.
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