Mara Gabrilli virou base do PT e contradiz sua história, diz presidente licenciado do PSDB

Por Guilherme Seto | Folhapress

Foto: Reprodução / Facebook

Presidente licenciado do PSDB, Bruno Araújo (PE) afirma ao Painel que a senadora Mara Gabrilli (SP), que decidiu deixar o PSDB após 19 anos de militância para se filiar ao PSD, entra em verdadeira contradição com sua história ao "passar a fazer parte da base de apoio do PT". A sigla comandada por Gilberto Kassab tem três ministérios no governo Luiz Inácio Lula da Silva.
Em entrevista à Folha, a senadora criticou a condução do PSDB por Araújo nas últimas eleições e disse que ficou decepcionada com a forma que o partido fez a distribuição de recursos a mulheres. Para ela, os motivos teriam sido o machismo estrutural da política e a centralização da distribuição de recursos pelo então presidente tucano.
"O partido deu uma bela de uma encolhida. E eu sempre defendi manter postura independente, não acredito no quanto pior, melhor. Sempre fui oposição, mas construindo. Aí o Bruno diz que seríamos oposição", afirmou a senadora.
A respeito da possibilidade de ser vista como contraditória por se filiar a um partido que apoia Lula nacionalmente, Gabrilli disse que o Brasil está em um momento que precisa de pacificação, que não importa o que ela sente pelo atual presidente e que está confortável consigo mesma.
A parlamentar sempre foi crítica ao PT e é filha de um dos empresários do ramo de transportes do Grande ABC que denunciou ter sido extorquido pela administração petista na investigação acerca do sequestro e morte do prefeito de Santo André Celso Daniel.
Araújo afirma que Gabrilli tem direito de falar o que quiser da administração do PSDB, mas que não pode se queixar de recursos recebidos.
"Apenas nas últimas eleições recebeu milhões para sua fazer campanha de 'vice' [de Simone Tebet, MDB]", diz o ex-ministro. O PSDB repassou R$ 6,5 milhões para Tebet e Mara, segundo prestação de contas à Justiça eleitoral.
O próximo presidente tucano será Eduardo Leite, governador do Rio Grande do Sul, que provavelmente assumirá o posto em caráter provisório a partir de quinta-feira (2). A convenção nacional dos tucanos, marcada para 31 de maio, deverá empossá-lo definitivamente.
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