Dores na coluna atingem oito entre dez pessoas no Brasil, diz OMS

Foto: Marcos Santos / USP Imagens

Má postura no dia a dia, movimentos repetitivos e sobrepeso são alguns dos fatores que podem desencadear dores na coluna. É muito mais comum do que imaginamos. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), as dores na coluna atingem 80% da população. É uma condição que não escolhe sexo nem idade. Ou seja, de cada dez pessoas, oito já sofreram com dores na região ao longo da vida.
A dor na coluna nunca deve ser ignorada e apenas o médico ortopedista deve fazer o diagnóstico e indicar o tratamento mais adequado, que depende do tipo e da localização da dor. Ela pode ser desde uma entorse, quando ocorre em consequência de um movimento de flexão ou torção das costas, uma cervicalgia, dor na parte superior da coluna; ou uma lombalgia, quando o incômodo é registrado na região inferior da coluna. É muito comum estarmos diante de hérnias de disco, caracterizada por abaulamento dos discos intervertebrais.
“A dor pode ter uma característica mais aguda, em que aparece de repente e dura no máximo quatro semanas; ou crônica quando o incômodo tende a persistir por mais de 12 semanas”, explica o médico ortopedista Gilvan Landim, membro da Sociedade Brasileira dos Médicos Intervencionistas da Dor (Sobramid).
O tratamento de dores crônicas pode ser feito através de técnicas minimamente invasivas que trazem alívio imediato e mais duradouro para os pacientes, como os bloqueios, que consiste na aplicação de medicamentos, através de seringas e agulhas específicas para cada caso, diretamente nos pontos causadores da dor. “Em geral, os efeitos dos bloqueios duram de três meses até 2 anos e reduzem a dor e a inflamação. Cerca de 90% dos pacientes têm benefícios significativos após o bloqueios”, destaca Gilvan Landim.
Novas técnicas de bloqueio surgiram no tratamento de dores crônicas na coluna, como os bloqueios facetários, foraminais e com radiofrequência ablativa ou pulsada.
“No facetário, a aplicação dos medicamentos é feita diretamente nas articulações (faceta) da coluna, guiado por aparelho de imagem de alta precisão. Já no bloqueio foraminais, a infiltração é realizada na saída da raiz lombar. Por fim, a radiofrequência utiliza corrente elétrica em alta frequência para impedir que os nervos responsáveis pelo estímulo da dor no paciente continuem agindo”, explica Landim.
Geralmente os bloqueios são realizados em ambiente hospitalar, com anestesia local e leve sedação e o paciente tem alta no mesmo dia, logo após o efeito anestésico. “É uma ação minimamente invasiva, que traz grandes benefícios para os pacientes, amenizando as dores, diminuindo as limitações de movimentos e, em certos casos, evitando por muitas vezes a necessidade de fazer uma cirurgia de grande porte”, finaliza Landim.
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