Bispos católicos entregam carta ao papa que fala em ameaças à democracia

Por Anna Virginia Balloussier | Folhapress

Foto: Reprodução / Vatican Media

Bispos paulistas entregaram na sexta-feira (23) uma carta para o papa Francisco que cita "ameaças de ruptura da ordem democrática".
O grupo, que contava com o arcebispo de São Paulo, dom Odilo Scherer, levou ao chefe da Igreja Católica um texto produzido pela Comissão Arns (Comissão de Defesa dos Direitos Humanos Dom Paulo Evaristo Arns).
Essas visitas ao papa acontecem a cada cinco anos. Neste, de eleição no Brasil, os líderes católicos aproveitaram para entregar a carta que, embora não cite Jair Bolsonaro (PL), o tem como alvo certo. Ela fala, por exemplo, de alguém que parece indisposto a aceitar o resultado das urnas, coincidindo com as insinuações infundadas de fraude eleitoral que o presidente vive apregoando.
Neste 2 de outubro, "os eleitores vão às urnas pressionados não só pelas vicissitudes da vida, mas pelas ameaças de ruptura da ordem democrática", diz o documento. "São ameaças que partem de quem parece não aceitar um resultado eleitoral que não lhe favoreça. Que são diuturnamente inflamadas pelo discurso de ódio propagado a partir de gabinetes oficiais, para dividir os brasileiros, jogando uns contra os outros. Que estigmatizam mulheres, afrodescendentes, indígenas, fiéis de distintas religiões, promovendo sobretudo o extermínio da juventude negra e pobre, no contexto de um projeto criminoso de armar a população."
O responsável por entregar a missiva nas mãos do pontífice foi dom Pedro Luiz Stringhini, bispo de Mogi das Cruzes e presidente do Regional Sul 1 da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, que compreende todo o estado de São Paulo.
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também enviou uma carta a Francisco, que seria entregue por Eduardo Suplicy, vereador do seu partido. Nela, cita riscos à democracia se o pleito brasileiro se estender até um segundo turno.
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