Como seu médico da pele pode ser o primeiro a identificar sinais de estresse e ansiedade

Emoções refletem-se na derme e no couro cabeludo. Abordagem multidisciplinar pode ser chave para diagnóstico e tratamento

Imagem gerada por IA.

A conexão intrínseca entre o bem-estar emocional e a saúde da pele e do cabelo é um tema cada vez mais reconhecido, destacando o papel expandido do dermatologista na identificação e manejo de condições influenciadas por fatores psicológicos. Segundo a Dra. Laura Andrade, médica dermatologista da clínica Skincare e membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), a pele atua como um verdadeiro "portal de comunicação" do nosso estado interno, traduzindo emoções como estresse e ansiedade em sinais visíveis. "Tudo o que ocorre do ponto de vista emocional em algum ponto se expressa na pele, é como um sinal, um pedido de socorro ou uma mensagem de que está tudo bem conosco", afirma a especialista.
A área da dermatologia psicossomática já comprova essa relação, com inúmeras publicações científicas atestando como o estresse pode agravar condições pré-existentes ou até mesmo desencadear doenças específicas. A elevação do cortisol, hormônio ligado ao estresse, é um dos mecanismos biológicos que impactam diretamente a saúde capilar, tornando o ambiente desfavorável para o desempenho dos fios e agravando alopecias. Além da queda recorrente, descamação, pinicação e ardência no couro cabeludo, condições como escoriação neurótica, dermatite factícia e a tricoticomania são exemplos claros de manifestações físicas de sobrecarga emocional na derme.
Nesse cenário, o dermatologista transcende a função puramente estética, posicionando-se como um profissional que pode ajudar na detecção desses transtornos. Dra. Laura Andrade ressalta o papel social da especialidade: "Nós, dermatologistas, somos os profissionais responsáveis pelo diagnóstico e tratamento das doenças que afetam a pele, as unhas e as mucosas, e estamos para auxiliar na identificação e manejo desses transtornos." A médica enfatiza que a promoção da saúde inclui a assistência e a educação da população, além da indicação fundamental de uma equipe multidisciplinar para a condução eficaz dessas doenças, que pode incluir psicólogos e psiquiatras.
A busca pela qualidade de vida, alinhada às recomendações da OMS, é um pilar essencial para prevenir e atenuar os danos causados pelo estresse na pele e cabelo. Bons hábitos de vida, sono adequado, alimentação balanceada e a prática de autocuidado – como as rotinas de skin e haircare – são percebidos, não apenas, como atos de vaidade, mas como momentos terapêuticos de resgate e conexão consigo mesmo.
“Ter um momento para você olhar seu cabelo, fazer uma rotina de cuidado com ele tem uma ação profundamente restauradora no contexto do estresse. Pode ser na sua própria casa, orientado por um dermatologista, com produtos apropriados, ou naqueles casos em que não há uma doença orgânica, o seu cabeleireiro de confiança auxiliando no processo”, afirma a especialista que recomenda também que, tais práticas, aliadas ao acompanhamento de um dermatologista e, quando necessário, de profissionais da saúde mental, formam a base para restaurar a saúde da pele e dos cabelos, refletindo um bem-estar integral.
Drª. Laura Andrade_Credito Bianca Martinez

Por Luana Oliveira
luana@textoecia.com.br

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