Bolsa de Valores
A Bolsa de Valores brasileira retomou as atividades n sexta-feira (9) após permanecer fechada na véspera por conta do feriado de Corpus Christi e engatou a sexta alta seguida, em uma semana marcada por dados de inflação que surpreenderam positivamente os analistas de mercado e reforçaram a perspectiva de início do ciclo de corte dos juros no segundo semestre.
O Ibovespa encerrou os negócios nesta sexta em alta de 1,33%, aos 117.019 pontos, no maior patamar desde o pregão de 4 de novembro de 2022 (118.155 pontos). “Com o rompimento deste patamar, o mercado já enxerga como próximo objetivo a casa dos 120 mil pontos”, diz Rodrigo Azevedo, economista, planejador financeiro e sócio-fundador do escritório GT Capital.
Na semana, o índice acionário marcou ganhos de 3,96%, os maiores desde a semana de 14 de abril, quando teve alta de 5,41%. Foi a sétima semana seguida de alta acumulada do principal índice de ações da Bolsa brasileira.
O retorno positivo das ações reflete os dados de inflação divulgados nos últimos dias, que reforçaram as apostas dos agentes financeiros quanto ao início do ciclo de corte dos juros pelo BC (Banco Central) nos próximos meses.
Na quarta (7), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) informou que o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) desacelerou para 0,23% em maio, a menor variação para o mês desde 2020 (-0,38%), quando o início da pandemia paralisava a economia. Projeções indicavam alta de 0,33%.
Na quinta (8), reforçou a tendência de desaceleração dos preços a divulgação pela FGV (Fundação Getulio Vargas) do IGP-DI (Índice Geral de Preços-Disponibilidade Interna), que caiu 1,01% em abril, depois de ter recuado 0,34% no mês anterior.
A perda de ímpeto dos preços reforça as apostas de uma queda dos juros à frente e abre espaço para uma recuperação mais consistente da economia, que já teve um desempenho acima do esperado no primeiro trimestre.
Na quarta, a XP revisou de 1,4% para 2,2% a estimativa para o crescimento do PIB do Brasil em 2023, reforçando a onda de revisões após os dados do PIB. “O aumento da renda pessoal disponível, na esteira da resiliência do mercado de trabalho e maiores transferências diretas do governo, sustenta o consumo no curto prazo”, dizem os analistas da XP em relatório.
No câmbio, o dólar reverteu o movimento de alta do pregão anterior e fechou em baixa de 0,97% frente ao real, negociado a R$ 4,877 na venda, alcançando o menor patamar desde 7 de junho de 2022 (R$ 4,874). Na semana, a moeda americana acumulou queda de 1,55%.
Em sintonia com o dia de redução da aversão ao risco generalizada entre os agentes financeiros e com o corte de juros à frente ganhando força, no mercado local de juros futuros, que reflete as expectativas para os rumos para a política monetária do BC (Banco Central), as taxas dos títulos tiveram forte queda —o contrato para janeiro de 2024 recuou de 13,09% na sessão anterior para 13,02%, enquanto o título para janeiro de 2026 cedeu de 10,63% para 10,48%. (Continue lendo...)
