Amamentação em público: como explicar a cegueira do preconceito

Por Lara Oliveira
(Jornal de Brasília/Agência de Notícias CEUB)


Arte: Lara Oliveira

“Coloca um paninho. É feio ficar mostrando o peito assim”. Em 13 de outubro de 2022, sentada em frente ao setor do banco de leite do Hospital Materno Infantil de Brasília (HMIB), estava uma mãe com seu bebê no colo.
Viviane Santos, de 30 anos, é dona de casa e mora no Riacho Fundo II. A mulher segurava seu segundo filho nos braços, enquanto o mais velho, de 6 anos, brincava ao lado em busca da atenção da mãe. Ao ser questionada por mim sobre sofrer preconceito por amamentar em locais públicos, destacou uma palavra: hipocrisia.
“Eu me lembro bem de quando tive o meu primeiro filho, em relação ao preconceito que sofria por dar leite em público. Eu achava irônico que, na maior parte do tempo, esse preconceito vinha de outras mulheres que também eram mães e passaram ou passam pela mesma situação”, afirma.
“Desgarra a criança desse peito!”. “Aqui não é lugar para fazer isso!”.”Na minha época, não podia essa safadeza!”. Essas são algumas das frases que Viviane mais ouvia de outras mulheres quando amamentava em algum local público. Ela ainda destaca que as mulheres mais velhas eram o público que mais a atormentava com esses comentários. Leia mais...
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