Aprendi logo cedo que não temos ‘prazo de validade’, só temos o direito de viver o momento. Nós até planejamos, sonhamos e tentamos conquistar o máximo possível de coisas, mas, tudo fica no campo do querer, pois não somos nós que definimos o quanto vamos viver. Mesmo assim, logo cedo (ainda menino), pautei (sem compromisso) minha vida em três estágios.
O primeiro estágio eu concluí aos 25 anos. Foi o do nascer, chorar, crescer, tropeçar, cair, levantar, apanhar, bater, aprender a seguir em frente, conhecer, amar, ser amado, amadurecer, casar, ganhar e perder. Foi sem dúvida o mais duro e amargo dos estágios.
O segundo estágio foi dos 26 aos 50 anos. Foi quando eu aprendi a ler, ouvir, me profissionalizei, viajei, conheci, fiquei viúvo, casei novamente, edifiquei, orientei, ensinei, apontei, errei, ganhei, negociei, adoeci e curei, conheci, propaguei, fui pai novamente (de uma linda menina) e avô. Aprendi a amar de novo e encontrei a mulher da minha vida.
Entrei no meu terceiro (e acredito que será o último) estágio aos 51 anos e espero chegar até os 75 anos, conforme planejei ainda criança. Essa fase final iniciou com dores, cabelos grisalhos, paciência, esquecimento (rsrsrs), sabedoria, oitiva, mais amor ao próximo, amor incondicional ao meio ambiente, longos diálogos com Deus e agradecimento por tudo: pelo pão, o simples acordar, ouvir, enxergar, tocar, respirar, caminhar, pensar e seguir em frente.
Esse meu último estágio (espero concluir com êxito) é com certeza o mais importante. É o estágio da afirmação, da espera, do falar e também ouvir, do descansar, do ficar mais em casa com a família, do cuidar, do semear, plantar, deixar germinar, regar e ver a ‘árvore da vida’ crescer para as próximas gerações.
Arnold Coelho
Pensando em um provável quarto estágio