Hupes garante que pacientes transexuais da unidade não foram afetados pelo encarecimento de medicamentos

Por Bruno Leite / Leonardo Almeida

Foto: Tânia Rego / EBC

Apesar do encarecimento substancial no valor no cipionato de testosterona, conhecido como Deposteron, o Hospital Universitário Professor Edgard Santos (Hupes) conseguiu manter os atendimentos às pessoas transexuais sem grandes intercorrências. Segundo o Hupes, os pacientes da unidade na verdade não foram afetados pelo aumento de mais de 400% nos medicamentos.
Ao Bahia Notícias, o hospital informou que continuou fornecendo os hormônios para os pacientes em tratamento. O Hupes contou que o medicamento que está sendo utilizado no momento é o Hormus, que precisa de quatro injeções ao ano, enquanto o Deposteron é utilizado uma vez a cada quatro semanas.
“Nossos pacientes adultos não sofreram com o aumento de preço da Deposteron, pois nós conseguimos continuar fornecendo a testosterona. No momento, estamos fornecendo o Hormus, uma testosterona de longa duração com apenas 4 injeções por ano. Isso gera um maior conforto aos usuários. Os bloqueadores androgênicos também são fornecidos regularmente pela farmácia do Hupes às mulheres trans e travestis acompanhadas aqui”, disse o Hupes.
O crescimento elevado da substância ocorreu devido uma liminar do Tribunal Regional Federal da 1ª Região, que permitiu à farmacêutica brasileira EMS reajustar o valor de comércio do medicamento Deposteron, que é de fabricação própria.
Lembrando que, para 2022, a Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) estabeleceu ajuste máximo de 10,89% nos preços de produtos farmacêuticos, seguindo os índices de inflação do ano retrasado.
O medicamento também é utilizado para tratamentos de casos de hipogonadismo masculino, doença relacionada ao mau funcionamento dos testículos que causa deficiência de testosterona.

ATENDIMENTOS NO HUPES

O Hospital Universitário afirmou que, apenas em 2022, recebeu 111 novos pacientes na unidade de saúde, sendo 77 adultos e 34 adolescentes. A clínica possui acompanhamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e oferece diversas especialidades aos pacientes transexuais.
“Em 2022, foram acolhidos 77 novos pacientes adultos e 34 novos adolescentes. Temos mais 185 adultos e 20 adolescentes em acompanhamento regular. É oferecido aos pacientes atendimento de enfermagem, endocrinologia, ginecologia, psicologia e psiquiatria. O paciente também pode ser encaminhado para qualquer outra especialidade do hospital em caso de necessidade”, afirmou o Hupes.
Apesar de receberem pacientes adolescentes, a unidade informou que não realiza a aplicação hormonal em menores de idade, seguindo as orientações do Ministério da Saúde. “É importante frisar que não fornecemos medicamentos para os adolescentes, pois eles não são contemplados pela Portaria do Ministério da Saúde que fornece o recurso para as medicações voltadas ao processo transexualizador”.
Para ser atendido na unidade, basta ir até o local e agendar um atendimento inicial com a enfermeira do Ambulatório Transexualizador. Assim, o paciente fará a consulta com um especialista em endocrinologia, caso queira ter um acompanhamento hormonal. O Hupes ressaltou que há fila de espera para os atendimentos.
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