Com pendências internas, lideranças do PV reivindicam maior espaço no governo Jerônimo; entenda

Por Gabriel Lopes

Foto: Divulgação

Algumas arestas ainda precisam ser aparadas junto a aliados de Jerônimo Rodrigues (PT) neste começo de governo do petista. É o caso do Partido Verde (PV), que ficou com a Secretaria de Turismo (Setur), mas ainda busca maior espaço na gestão estadual com algumas alas do partido. A situação tem causado desconforto entre lideranças verdes na Bahia, que pedem que o partido seja tratado como "parceiro", principalmente por estar na federação junto com o PT e o PCdoB.
Apesar de estar filiado ao PV, o secretário de Turismo da Bahia, Maurício Bacellar, não é uma indicação direta do partido para a pasta e é considerado como um nome da cota pessoal do irmão, o deputado federal Bacelar, que também migrou para o PV após deixar o Podemos. Titular da Setur desde maio de 2021, quando foi nomeado por Rui Costa, Maurício teve a permanência no cargo garantida para o mandato de Jerônimo.
Ao Bahia Notícias, um importante quadro do PV baiano relatou que em conversas capitaneadas pelo governador, pelo chefe de gabinete Adolpho Loyola e pelo secretário de Relações Institucionais, Luiz Caetano, já havia a sinalização para manter algumas estruturas de lideranças que já tinham espaço no governo anterior, com Rui Costa (PT), como o caso de Bacelar.
Além disso, inicialmente a ideia era que o partido ocupasse um espaço no governo de Jerônimo Rodrigues na área ambiental. A justificativa seria a "experiência e conexões" da legenda sobre o tema. O desejo não foi atendido e a Secretaria de Meio Ambiente (Sema) ficou com Eduardo Sodré Martins, advogado especialista em legislação ambiental e enteado do senador Jaques Wagner. Na oportunidade, questionado sobre o peso do padrinho político de Sodré, um membro influente do PV admitiu que a disputa foi "injusta". "Com Wagner não tem como competir", pontuou.
Com o desenho, o governo ficou de apresentar contrapropostas ao partido, algo que ainda não foi feito, de acordo com a liderança. A indefinição também impossibilita que o PV aponte nomes como indicações, já que o espaço a ser ocupado não é certo. "Ficou definido que o diretor da Fapesb só seria exonerado quando houvesse uma posição definida do partido, e isso não ocorreu porque ele já foi exonerado e até então não temos uma definição do partido. É claro que isso tem deixado o partido muito chateado até pelo empenho que o partido teve no processo eleitoral", revelou a fonte ao BN. Jerônimo já nomeou Handerson Leite para a Fapesb, em uma indicação que teria sido do deputado federal Jorge Solla (PT).
"A gente gostaria de ser tratado como parceiro, que é algo que até então não vem ocorrendo, entendemos que início de governo tem um pouco de ansiedade para arrumar as coisas, mas é preciso que o governo entenda e avance nessas tratativas para deixar os parceiros mais tranquilos e mais satisfeitos em relação à participação no governo. É muito natural que quem ajuda a eleger, quer ajudar a administrar também e quer ajudar na gestão, isso é muito comum. Então estamos aguardando uma definição quanto a nossa participação", acrescentou.
O Partido Verde se uniu ao PT e PCdoB na Federação Brasil da Esperança. Na Bahia, o partido elegeu os deputados estaduais Vitor Bonfim, Marquinhos Viana, Ludmilla Fiscina e Roberto Carlos. Para a Câmara, o PV elegeu Bacelar. Nenhum deles com militância ligada à sigla.
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