Meu Diário da Copa: Nunca o Brasil foi tão forte desde o penta

Por Nuno Krause

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

Nunca o Brasil foi tão forte desde o penta, em 2002. Nem mesmo a seleção de 2006, que tinha o quadrado mágico - Kaká, Ronaldinho Gaúcho, Ronaldo e Adriano -, foi tão boa como é a de 2022. Você pode até achar os nomes de 2006 melhores, mas, como time, os comandados de Tite estão muito à frente.
É por isso que a Seleção Brasileira é a favorita a conquistar a Copa do Mundo do Catar. Mais do que França, Argentina, Inglaterra, Holanda, Alemanha, Bélgica e por aí vai. A lista de motivos é grande.
Como diria o outro, todo grande time começa por um grande goleiro. E o Brasil tem três. O titular, Alisson, recentemente foi eleito pela France Football o segundo melhor do mundo. Ederson ficou logo atrás, e Weverton é ídolo do clube mais vencedor do Brasil nos últimos anos.
A defesa é primorosa. Thiago Silva parece vinho: fica melhor a cada dia que passa. Marquinhos, por sua vez, é um dos melhores do mundo há um bom tempo.
As laterais são um receio justificado. Na esquerda, considero todos bons, mas nenhum se firmou na posição. Na direita, as opções são tão escassas que Tite convocou Daniel Alves, de 39 anos - injustamente.
De qualquer forma, não é como se precisássemos de um Cafu ou de um Roberto Carlos quando nosso ataque é uma máquina. As opções são tantas que Tite convocou nove atacantes. Os titulares devem ser Neymar, Raphinha e Richarlison.
O oitavo melhor jogador do mundo, Vinicius Júnior, veja, deve ser reserva. O que mostra como temos um banco recheado de opções para mudar os rumos de qualquer jogo. Antony, Gabriel Jesus, Gabriel Martinelli, Pedro e Rodrygo vivem, todos, excelentes momentos em seus clubes.
No meio, Casemiro dá a sustentação necessária para tantos craques realizarem suas mágicas. Paquetá e Fred (ou Bruno Guimarães) não são os melhores meias que o Brasil já teve, mas são muito bons taticamente.
É realmente impressionante, a Seleção Brasileira. Não é à toa que, sob Tite, a equipe tenha, em 76 jogos, 57 vitórias, 15 empates e apenas cinco derrotas. Um aproveitamento de 80%.
O primeiro argumento que contrapõe esses números é o de que o Brasil não enfrentou, em todo este período, tantos adversários de primeiro escalão. De fato, a criação da Liga das Nações na Europa dificultou a realização de amistosos contra seleções do Velho Continente.
No entanto, temos que entender que, diante do que se apresentou, o Brasil fez o que se esperava dele. Terminou as eliminatórias com a melhor campanha da história, com um ataque que marcou 40 gols e uma defesa que só sofreu cinco. Conquistou a Copa América de 2019 e foi vice-campeão em 2021, perdendo para a Argentina na final. Nos amistosos, deitou e rolou para cima da maioria dos adversários.
Entendo que qualquer seleção que chegue às quartas de final da Copa do Mundo é candidata ao título. Mas, de início, a Brasileira sai na frente das demais.

GRUPO CHATO

É óbvio que, sendo favorito para conquistar a Copa, o Brasil é favorito a chegar em primeiro no Grupo G. Porém, é preciso ressaltar que esse não é um grupo fácil. Sérvia e Suíça, especialmente, são adversários chatos.
Os sérvios vêm com uma equipe melhor do que a que enfrentou o Brasil na Copa de 2018. Nas eliminatórias, classificou-se em primeiro no grupo que tinha Portugal, de forma invicta. Foram seis vitórias e dois empates em oito jogos, com 18 gols marcados e nove sofridos.
O ataque representa um perigo real. Mitrovic e Vlahovic são uma dupla infernal. O primeiro marcou nove gols em 12 jogos na temporada. O segundo anotou seis tentos em 10 partidas.
É importante lembrar, por outro lado, que os dois se recuperam de lesão. Vlahovic, da Juventus, está fora dos gramados desde outubro, por conta de um incômodo na virilha. Mitrovic, do Fulham, não atuou nas duas últimas partidas da temporada por causa de dores no tornozelo.
Ainda assim, a Sérvia é o adversário mais difícil do Brasil nesta fase de grupos. Mas vale dizer: o Brasil não perde em estreias de Copas desde 1934, quando levou 3 a 1 da Espanha.
A Suíça não possui as mesmas armas da Sérvia para incomodar o Brasil, mas dispõe de uma característica que você já deve conhecer: o ferrolho defensivo.
O país mais neutro do mundo garantiu sua vaga na Copa do Mundo fazendo o que faz de melhor. Foram apenas dois gols sofridos em oito jogos, e 15 marcados. Terminou à frente da Itália, que caiu na repescagem e não vai ao Catar.
O maior destaque dessa equipe é, sem dúvidas, o goleiro Sommer. Apesar de ter sofrido um entorse no tornozelo há quatro semanas, o jogador foi convocado para a Copa do Mundo e deve jogar contra o Brasil.
Lá na frente, Xhaka, Shaqiri e Embolo são as principais esperanças suíças de gol. Mas um empatezinho com o Brasil não ia mal, viu?
O último e mais frágil adversário do grupo é Camarões. A Seleção enfrentou dificuldades para se classificar para a Copa do Mundo. Na fase de grupos das eliminatórias, conseguiu avançar em primeiro apenas na última rodada, ao vencer a Costa do Marfim em casa, por 1 a 0.
Depois, fez dois jogos duros contra a Argélia, perdendo em casa por 1 a 0 e vencendo fora por 2 a 1, o que foi uma surpresa.
A tendência é que os africanos tenham dificuldades para segurar o ataque brasileiro. Nos últimos três amistosos antes da Copa, Camarões perdeu para Coreia do Sul e Uzbequistão e empatou com a Jamaica - sofreu gols em todos os jogos.
O principal jogador camaronês é Choupo-Moting. Pelo Bayern de Munique, o atacante vive grande fase, com seis gols em 10 jogos na temporada. Ao lado dele, Vicent Aboubakar segue firme na equipe titular.
Mais fraca entre as seleções africanas, Camarões deve ficar para trás no Grupo G. Por isso, é importante que o Brasil vença-os com autoridade.

Palpite:

1) Brasil
2) Sérvia
3) Suíça
4) Camarões
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