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DANIELLE CASTRO
RIBEIRÃO PRETO, SP
Um estudo sobre envelhecimento saudável desenvolvido por uma pesquisadora brasileira mostrou que a tecnologia pode ajudar a estabilizar doenças de demência senil, como o Alzheimer. O trabalho, conduzido com participantes idosos por meio de jogos de computadores e alfabetização digital, não contou com o uso de medicamentos.
A aposentada Adriana del Carmen Marin Puga, 78, uma das voluntárias da pesquisa, conta que antes das oficinas pouco tinha usado um computador, muito menos jogos, mas que ao aprender, gostou dos resultados.
“Foi um aprendizado para mim, nunca tinha jogado. Fiquei desperta, ativou minha memória, melhorou o raciocínio e até a agilidade com as mãos”, conta Puga, que também está aprendendo francês e fazendo exercícios físicos para potencializar sua saúde.
O trabalho, controlado e randomizado, foi conduzido na Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) por quatro meses com um grupo de 62 voluntários acima de 60 anos que tivessem ou não comprometimento cognitivo leve. Eles foram divididos em dois grupos: um participou de sessões de alfabetização digital e outro de meditação mindfulness.
Os idosos participantes dos encontros para treino e manutenção da memória pelo uso do computador melhoraram sua atenção e orientação espacial após passarem por uma hora e meia semanal de alfabetização digital e treinamento de jogos digitais em 16 encontros.
Eles tiveram em média 2,6 pontos a mais na avaliação neuropsicológica via Montreal Cognitive Assessment – um teste de triagem cognitiva projetado para auxiliar os profissionais de saúde na detecção de comprometimento cognitivo leve e doença de Alzheimer – realizada antes e depois das oficinas do que o grupo de controle, que utilizou outra técnica de ativação da mente, a meditação mindfulness.