Avanços na medicina possibilitam aos portadores de psoríase uma vida sem a doença

Por Bruno Leite

Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

Há mais de 40 anos trabalhando em uma das duas unidades de referência no tratamento de pacientes com psoríase da capital baiana, a médica Vitória Rego já viu de perto muitas histórias e comprovações de que a doença, carregada de estigmas e implicações na qualidade de vida, pode sim não ser uma realidade cotidiana na vida dos pacientes.
"É uma doença que muitas vezes precisa de um acompanhamento multidisciplinar. Assim, a gente fala que atualmente o paciente não precisa viver mais com psoríase. Nossa missão é que a gente possa controlar naquele paciente a doença", explica ao Bahia Notícias.
Responsável pelo Serviço de Dermatologia do Ambulatório do Hospital Universitário Professor Edgard Santos (HUPES), unidade pública da capital baiana ligada à Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH), a profissional conta que viu de perto "o quanto evoluiu o tratamento da psoríase". "Antes não tinha nada e hoje percebo o quanto a gente pode fazer pelo doente".
Sala de espera do Ambulatório Magalhães Neto | Foto: Assufba

O setor comandado por Vitória é ligado à Universidade Federal da Bahia (UFBA), instituição de ensino onde Vitória Rego leciona e lidera ações de pesquisa e extensão na área da dermatologia.
No Brasil, de acordo com dados da Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), cerca de 3 milhões de pessoas vivem com a doença inflamatória, que pode provocar lesões em diversas partes do corpo, como mãos, couro cabeludo, pés e unhas. Em todo mundo, estima-se que 190 milhões de indivíduos tenham alguma forma da psoríase.
Ela não tem cura, como afirma a entrevistada, mas o acompanhamento multidisciplinar pode fazer com que os sinais desapareçam e as implicações negativas na qualidade de vida e nas relações sociais, causadas pelo estigma, sejam reduzidas. A psoríase é de origem genética e pode acometer todos os públicos, sendo mais comum entre os 20 e 40 anos e entre 50 e 70 anos.
Médica Vitória Rêgo | Foto: Igor Barreto / Bahia Notícias

Estima-se que apenas 5% dos pacientes acometidos esteja em tratamento. Para Vitória, o Dia Mundial e Nacional da Psoríase, celebrado neste sábado (29), é uma oportunidade que "serve para que as pessoas se atentem para algo que até muito pouco tempo atrás era alvo de preconceito", que há tratamento e que o problema é controlável. Confira aqui a entrevista completa.
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