Política para mulheres e propostas para economia são destaques no último bloco de debate

Por Anderson Ramos

Foto: Reprodução / Uol

O terceiro bloco do debate entre os candidatos à Presidência da República promovido por um pool de emissoras, formado pela Band, TV Cultura, UOL e Folha de S.Paulo, na noite de domingo (28) foi marcado principalmente em torno de propostas para economia e política para mulheres.
A última parte do programa começou com Simone Tebet (MDB) acusando Jair Bolsonaro (PL) de misoginia e perguntou ao presidente por que ele sente "tanta raiva das mulheres". Em sua defesa, Bolsonaro citou programas do governo federal em prol do público feminino e que Simone o acusaria em provas. "Chega de vitimismo, somos todos iguais. Tenho certeza que uma grande parte das mulheres brasileiras me amam porque defendo a família", provocou.
O tema retornou quando Bolsonaro perguntou a Ciro Gomes (PDT) as propostas do pedetista para a criação de emprego para as mulheres. Ciro destacou que 78 de cada 100 mulheres "estão no limite recorde de endividamento e que elas não sairão desse cenário sem política pública". Antes disso, Ciro prestou solidariedade a jornalista Vera Magalhães que foi atacada por Bolsonaro (veja aqui).
Na rodada de perguntas dos jornalistas, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) não quis se comprometer em nomear metade do seu ministério com mulheres, caso eleito. Simone Tebet (MDB) foi na direção contrária, e prometeu um ministério majoritariamente feminino.

ECONOMIA

O bloco também foi recheado de perguntas sobre economia. Soraya Thronicke (União) questionou Lula sobre as propostas dele para o setor. O ex-presidente preferiu voltar ao passado, e relembrou feitos do seu governo, citando queda da inflação, no desemprego, da dívida pública e o aumento da reserva internacional do Brasil. "Não posso voltar e fazer menos do que fiz. Quero voltar para ver se esse país voltar a gerar empregos, se o salário mínimo volta a aumentar, se consegue fazer a reforma tributária", destacou o petista.
A candidata do União Brasil criticou a falta de ideias concretas de Lula para a economia e apresentou uma proposta de unificação de 11 impostos federais, que segundo ela, resolveria o problema da alta carga tributária brasileira.
Por sua vez, Ciro Gomes voltou a falar sobre o seu projeto de refinanciamento de dívidas, que é um dos carros-chefes do seu plano de governo. Já Felipe D’Ávila (NOVO) reforçou sua defesa no livre mercado e discursou sobre privatização de empresas estatais. "O estatismo é uma doença no país".
Nas considerações finais, Ciro criticou a política econômica brasileira e pediu "oportunidade para mudar isso", mudar "o modelo de governança". Lula, por sua vez, enfatizou sua aliança com Geraldo Alckmin (PSB), afirmou ter ciência do que vai fazer e voltou a destacar as políticas de governo entre 2003 e 2010.
Bolsonaro iniciou sua despedida falando sobre "Deus, pátria, família e liberdade", e passou a maior parte do tempo tecendo críticas ao petista. O presidente citou em tom pejorativo o alinhamento de Lula com governo de esquerda da América Latina como na Argentina e Chile. Apontada como a vencedora do debate, Tebet disse ser lamentável que Lula e Bolsonaro insistam no passado para polarizar o cenário político, e disse que "fará diferente", com combate à pobreza e à corrupção.
Soraya disse que tem projeto estruturante para o país ao diminuir a carga de impostos. Para ela, o Brasil precisa de "paz e união". D'Avila afirmou que para mudar o Brasil é necessária a participação dos empresários e tirar o poder do Estado.
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